Genes do sistema imune podem explicar resistência ao novo coronavírus
Após comparar 86 casais em que um desenvolveu a doença e o outro não (chamados casais discordantes), os pesquisadores observaram, por modelos matemáticos (também chamados in silico), que moléculas MICA estavam aumentadas e as MICB diminuídas nos indivíduos infectados. Por outro lado, as MICB estavam aumentadas nos resistentes.
Um artigo com os resultados do estudo foi publicado no último dia 25 na plataforma MedRxiv, e ainda não foi revisado por outros cientistas. Para que o MICA e o MICB possam agir, as moléculas por eles codificadas precisam se ligar a um receptor chamado NKG2D, localizado na superfície das células natural killer (NK) e linfócitos TCD8+, principalmente.
Quando isso acontece, há ativação de células do sistema imune, com a produção de fatores inflamatórios para combater a infecção, principalmente o IFN- ϒ, e liberação de proteínas "tóxicas", culminando com a morte das células infectadas.
As células NK fazem parte do sistema imune inato e sua função principal é reconhecer o patógeno invasor e destrui-lo rapidamente. A hipótese dos cientistas é que as moléculas MICA aumentadas sejam clivadas (cortadas) na superfície celular infectada e passem para sua forma solúvel. Nessa mudança, elas podem "inibir" seu receptor e diminuir a atividade de células NK, facilitando o desenvolvimento da doença.
"No caso do MICB, é possível que sua expressão diminuída nos pacientes infectados possa, da mesma forma que o MICA solúvel, contribuir para uma menor ativação de células NK e linfócitos TCD8+ e uma menor resposta imune contra o vírus ", explica ao Jornal da USP Maria Lucia Carnevale Marin, pesquisadora do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor) e do LIM19 do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Ela fez parte da equipe que interpretou os dados da pesquisa.
Outro complexo estudado foi o LRC (complexo leucocitário humano), localizado em uma fração muito pequena do cromossomo 19. Após as análises, os genes LILRB1 e LILRB2 estavam cinco vezes mais expressos nos infectados do que nos não infectados. Essas são variantes que atuam como inibidores das células NK, ou seja, não protege contra a infecção.
Os casais discordantes passaram por um critério de seleção rígido para serem incluídos no estudo. Além disso, repetiram o exame de sorologia para certificar que um deles não desenvolveu anticorpos contra o vírus. Dos 100 selecionados, sete ficaram de fora da pesquisa.
"Podemos pensar, futuramente, se seria possível aumentar a expressão do MICB com a ingestão de alguma droga, por exemplo, e ajudar as células de defesa a combaterem a infecção", afirma a professora Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP e coordenadora da pesquisa.
O estudo foi realizado em 2020, quando as variantes P1 e P2 do sars-cov-2 ainda não circulavam pelo País.
A Max Cirúrgica
Importação e Distribuição
Nosso extenso catálogo de produtos apresenta diversidade com marcas reconhecidas pela qualidade e eficácia, atendendo a necessidades de todas as especialidades médicas.
Nossos Contatos
LOCALIZAÇÃO
Porto Alegre - RS - Rua Dr. Campos Velho, 1700 Cristal - CEP 90820-000
TELEFONES
Porto Alegre - RS: (51) 3249-0141 | (51) 98137-4769
Florianópolis - SC: (51) 98137-4769
Curitiba - PR: (51) 98137-4769
orcamento@maxcirurgica.com.br